Essa semana, lendo um jornal, tive dificuldade em acreditar que uma foto publicada neste não era do Haiti após o terremoto, e sim de uma rua na cidade de São Paulo após mais uma tempestade.
A imagem de tantos objetos esparramados no meio da rua era impressionante. Veículos amontoados, móveis velhos, muito lixo e o que deveria ser asfalto, coberto de lama, não me deixavam crer que aquilo ocorria na maior cidade da América do Sul.
Passado o primeiro momento, comecei a refletir sobre o assunto e o que me veio à mente foi ainda mais lixo. Lixo que o cidadão brasileiro tem o costume de jogar por onde passa, desde um copo descartável, uma lata de bebida, uma garrafa ou saco plástico, sem me estender aos sofás, fogões e geladeiras velhas jogados defronte a um terreno baldio.
Comecei a pensar, então, que esse é um problema cultural. O brasileiro joga em espaço público tudo o que não usará mais, para não ter o trabalho de colocar em uma lixeira, ou em um local apropriado para receber aquele material que não será mais utilizado pelo mesmo.
Não se lembra, nesse momento, que os outros cidadãos sofrerão, junto a ele, as consequências dessa irresponsabilidade. Na primeira chuva que ocorrer, esse material será arrastado pelas ruas e acabará entupindo uma boca de lobo, impedindo o acesso das águas da chuva às galerias pluviais da cidade, provocando alagamentos que encherão de água, doenças e detritos, as ruas, todo o bairro e a sua própria residência.
Todos então culparão o prefeito por não fazer nada para conter as enchentes e a destruição de seus pertences.
O prefeito prometerá transferir as famílias daquele local para outro mais seguro e realizará obras emergenciais, sem licitação, para atender os estragos da calamidade. Os políticos da oposição não deixarão por menos e se aproveitarão do fato para culpar o prefeito e com isso pedir voto para si na próxima eleição, pois com eles tudo seria diferente. Está fechado o círculo vicioso que vemos, há décadas, e o povo brasileiro não aprende.
Salvo raras exceções, em situações como a aqui retratada, o quadro que normalmente se verifica é o seguinte: O próprio povo é o responsável pelo lixo que causa a enchente, o prefeito aproveita para ganhar dinheiro superfaturando, com uma empreiteira amiga, obras emergenciais não licitadas, e a oposição faz campanha amparada na miséria alheia.
Esse é o nosso país e não adianta resmungarmos, pois a culpa é do próprio povo, que reclama da corrupção de seus governantes desde o tempo do império, mas vende seu voto para esse corrupto, que na eleição é o corruptor.
Portanto, tudo é lixo, aquele que jogamos na rua, o político que superfatura obras públicas, o que compra votos, e aqueles que os vendem.
Esses políticos que escondem dinheiro nas cuecas e nas meias são o lixo social que o eleitor elegeu e, enquanto esse eleitor não entender isso, deixando de jogar nas ruas o seu lixo e de eleger o lixo político, não teremos um bom Congresso Nacional e, consequentemente, um país melhor.
Como dito acima, se não mudarmos essa nossa cultura, nem sequer podemos reclamar, pois o político é eleito pelo povo e, se ele não presta, a culpa é de quem o elegeu.
Por: João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br
A imagem de tantos objetos esparramados no meio da rua era impressionante. Veículos amontoados, móveis velhos, muito lixo e o que deveria ser asfalto, coberto de lama, não me deixavam crer que aquilo ocorria na maior cidade da América do Sul.
Passado o primeiro momento, comecei a refletir sobre o assunto e o que me veio à mente foi ainda mais lixo. Lixo que o cidadão brasileiro tem o costume de jogar por onde passa, desde um copo descartável, uma lata de bebida, uma garrafa ou saco plástico, sem me estender aos sofás, fogões e geladeiras velhas jogados defronte a um terreno baldio.
Comecei a pensar, então, que esse é um problema cultural. O brasileiro joga em espaço público tudo o que não usará mais, para não ter o trabalho de colocar em uma lixeira, ou em um local apropriado para receber aquele material que não será mais utilizado pelo mesmo.
Não se lembra, nesse momento, que os outros cidadãos sofrerão, junto a ele, as consequências dessa irresponsabilidade. Na primeira chuva que ocorrer, esse material será arrastado pelas ruas e acabará entupindo uma boca de lobo, impedindo o acesso das águas da chuva às galerias pluviais da cidade, provocando alagamentos que encherão de água, doenças e detritos, as ruas, todo o bairro e a sua própria residência.
Todos então culparão o prefeito por não fazer nada para conter as enchentes e a destruição de seus pertences.
O prefeito prometerá transferir as famílias daquele local para outro mais seguro e realizará obras emergenciais, sem licitação, para atender os estragos da calamidade. Os políticos da oposição não deixarão por menos e se aproveitarão do fato para culpar o prefeito e com isso pedir voto para si na próxima eleição, pois com eles tudo seria diferente. Está fechado o círculo vicioso que vemos, há décadas, e o povo brasileiro não aprende.
Salvo raras exceções, em situações como a aqui retratada, o quadro que normalmente se verifica é o seguinte: O próprio povo é o responsável pelo lixo que causa a enchente, o prefeito aproveita para ganhar dinheiro superfaturando, com uma empreiteira amiga, obras emergenciais não licitadas, e a oposição faz campanha amparada na miséria alheia.
Esse é o nosso país e não adianta resmungarmos, pois a culpa é do próprio povo, que reclama da corrupção de seus governantes desde o tempo do império, mas vende seu voto para esse corrupto, que na eleição é o corruptor.
Portanto, tudo é lixo, aquele que jogamos na rua, o político que superfatura obras públicas, o que compra votos, e aqueles que os vendem.
Esses políticos que escondem dinheiro nas cuecas e nas meias são o lixo social que o eleitor elegeu e, enquanto esse eleitor não entender isso, deixando de jogar nas ruas o seu lixo e de eleger o lixo político, não teremos um bom Congresso Nacional e, consequentemente, um país melhor.
Como dito acima, se não mudarmos essa nossa cultura, nem sequer podemos reclamar, pois o político é eleito pelo povo e, se ele não presta, a culpa é de quem o elegeu.
Por: João Bosco Leal
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