O alerta dos cirurgiões plásticos sobre o risco de algumas intervenções estéticas não é novidade para ninguém. Apesar disso, muitos profissionais ainda utilizam recursos mais baratos e práticos, visando o resultado imediato, mas não o sucesso do procedimento.
Mais um caso de uso indevido de substâncias em intervenções estéticas no Rio de Janeiro causou lesões graves em pacientes que desejavam aumentar a região das nádegas. O caso envolve a enfermeira Fernanda Ouverney Valente, de 25 anos, que foi acusada de aplicar mistura contendo a substância polimetilmetacrilato, causando ferimentos profundos em três mulheres, que precisaram ser internadas.
Para esclarecer os cuidados e perigos deste tipo de procedimento, o SRZD conversou com o cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti, diretor médico da Clínica Vitée, médico da Santa Casa de Misericórdia, professor do Instituto Carlos Chagas (UFRJ) e membro das sociedades brasileira e norte-americana de cirurgia plástica. Segundo ele, o metacrilato é uma substância sintética que é usada com o objetivo de aumentar alguma região do corpo, porém, não é indicada, já que se mistura com o tecido, causando sérias lesões, muitas vezes, irreversíveis.
Ricardo esclareceu que a substância é mais utilizada em pacientes aidéticos, para aumentar a maçã do rosto, por exemplo. Porém, ela tem sido aplicada em pacientes comuns, de forma desenfreada e sem os devidos cuidados.
Ele citou que, além dos ferimentos graves, a substância também pode causar trombose e necrose da região próxima onde o metacrilato foi aplicado.
"Não uso o metacrilato, nem recomendo a nenhum médico utilizar. Quem deseja aumentar as nádegas ou alguma outra região do corpo, deve fazer uso das próteses, pois, se houver algum tipo de rejeição, basta retirá-la em um novo procedimento, sem ter riscos graves para a saúde do paciente", explicou o especialista.
A Polícia Civil investiga o caso da enfermeira, que pode ter utilizado uma substância ainda mais barata, uma espécie de silicone industrial líquido destinado a lubrificar máquinas.
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