quarta-feira, 8 de junho de 2011

Derrubado de um ministério pela segunda vez, Palocci não está livre de CPI

Antônio Palocci (PT), que anunciou em nota a saída da Casa Civil nesta terça-feira, dia 7, já enfrentou uma situação semelhante em março de 2006, quando deixou o Ministério da Fazenda do governo Lula sob a acusação de ter ordenado a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Ele então voltou à Câmara dos Deputados e foi absolvido em 2009. O escândalo chegou a ser tema de um livro de memórias lançado pelo petista, que se disse vítima de uma campanha de difamação da oposição. Fora do governo, onde será substituído pela senadora Gleisi Hoffmann (PT), o ex-ministro deve escapar de prestar explicações à Câmara dos Deputados, mas a oposição já disse que vai continuar insistindo na CPI para investigar seu enriquecimento.

A segunda queda de Palocci por denúncias também evidencia outra “maldição”. Desde a saída de José Dirceu, em 2005, em meio ao escândalo do mensalão, a Casa Civil enfrentou outras crises. A própria presidente Dilma Rousseff, quando ocupou o cargo, passou por dois períodos de turbulência: um dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e as acusações feitas pela ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que acusou a petista de pressioná-la para arquivar investigações contra o filho de José Sarney (PMDB).

Ao deixar a Casa Civil para disputar a Presidência da República, Dilma foi substituída pelo seu braço-direito, Erenice Guerra, rapidamente derrubada por acusações de tráfico de influência em favor de seu filho. Além de pesar contra o ministério, o escândalo foi uma das polêmicas da campanha da substituta de Lula no Planalto.

Em 1993, quando o senador Itamar Franco (PPS) era presidente da República, seu ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves, também enfrentou denúncias. Ele teve o nome envolvido no esquema dos anões do orçamento, que motivou uma CPI. Ele se afastou do cargo, foi inocentado e voltou.

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