domingo, 1 de maio de 2011

Falcão comedido, Renato Gaúcho eloquente: os técnicos do Gre-Nal

Anfitrião pouco se manifesta; visitante esbraveja e até espatifa um celular

Por Eduardo Cecconi e Alexandre Alliatti
Porto Alegre

Dois estilos absolutamente distintos de se manifestar à beira do campo apresentaram-se na tarde deste domingo no Estádio Beira-Rio. Em contraste à calma de Falcão e seus poucos gestos, Renato Gaúcho protagonizou momentos de verdadeiro espetáculo.

A diferença se anunciou no figurino. Pelo Inter, Falcão ingressou em campo de paletó, camisa vermelha, sapatos, enquanto Renato Gaúcho vestiu o abrigo do Grêmio, com calça jeans, tênis, e seu característico par de luvas negras para combater o frio do pampa, ao qual se desabituou.

Falcão comemora gol do Internacional contra o Grêmio (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)Falcão comemora gol do Internacional contra o Grêmio (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)














Nos gestos, também, diferenças notáveis. Falcão manteve-se impassível na área técnica, braços cruzados, às vezes segurando o queixo com uma das mãos. Renato Gaúcho mal conseguiu fechar um minuto sequer sem algum esbravejo, reclamação ostensiva ou orientação repleta de mímicas.

O repertório do treinador do Grêmio teve início aos 17 minutos. Enquanto conversava com o árbitro Márcio Chagas, abraçou-se ao camisa 10 colorado D'Alessandro. No segundo tempo, na mesma linha lateral, agiu diferente ao atrapalhar Nei em cobrança de lateral simulando coçar a cabeça quando o jogador do Inter tentava arremessar a bola.

Falcão descruzou os braços apenas para comemorar o gol marcado por Leandro Damião no primeiro tempo. No final do segundo tempo, quando Júnior Viçosa empatou, Renato Gaúcho socou o ar, aos pulos.

Em momento de irritação, Renato espatifou o aparelho celular com o qual conversava com seus auxiliares. Ele teve tempo ainda de, no intervalo, após comandar um cerco a Márcio Chagas alegando falta cometida no gol do Inter, pedir com as mãos que os torcedores colorados gritassem mais alto os insultos proferidos contra ele.

Houve também conferências com atletas. Renato aproveitou uma paralisação para conversar com Rafael Marques e Gabriel. Falcão fez o mesmo com Kleber. Taticamente, o Grêmio foi quem mais variou: começou no 3-6-1, passou para o 3-5-2 com a entrada de Leandro, e no segundo tempo voltou ao seu 4-4-2 com meio-campo em losango.

Precisando empatar para chegar aos pênaltis, terminou no 4-3-3; no Inter, não se alterou o 4-4-1-1 com D'Alessandro ao centro até a expulsão de Guiñazu - quando Wilson Matias substituiu Oscar.

Com o empate em 1 a 1, a decisão foi para os pênaltis. Renato Gaúcho seguiu de acordo com sua personalidade, conversando com o goleiro Marcelo Grohe de maneira vibrante. Enquanto isso, Falcão reuniu-se com os jogadores em círculo, também fiel a seu estilo sóbrio.

Na saída de campo, o vice de futebol do Inter Roberto Siegmann, por algum motivo ainda desconhecido, partiu para cima de Renato Gaúcho, e precisou ser contido. O treinador do Grêmio não se intimidou, mas uma iminente briga foi impedida. Falcão comemorava com seus atletas a vitória por 4 a 2 nos pênaltis.

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