Vanda Escalante
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (04/03), os diretores da maternidade Cândido Mariano afirmaram que não houve negligência, imperícia ou erro médico no atendimento Roseleide Leite da Silva, de 32 anos, que morreu no último sábado (26/02) enquanto era submetida a uma cesariana para dar à luz o segundo filho.
Segundo o diretor clínico da maternidade, o médico Benedito Neto, a morte de Reseleide foi “uma fatalidade, um acidente, resultado de uma intercorrência grave e muito rara”. No entanto, o médico disse que não está autorizado a divulgar o resultado dos exames de necropsia, pois isso depende de autorização da família.
“Tínhamos agendado uma reunião com os familiares para hoje, às 7 horas, para explicar tecnicamente o diagnóstico que consta do laudo e também para que fôssemos autorizados a divulgar essa informação. Durante toda a manhã tentamos contato, mas não conseguimos falar com a família”, argumentou o diretor presidente do hospital, médico Jesusmar Modesto.
Os médicos informaram ainda que o bebê de Roseleide, um menino, ainda internado, está bem, não apresenta seqüelas das complicações que levaram à morte da mãe, e que deve receber alta em pouco tempo.
A doença
Mesmo sem revelar o que houve com Roseleide, o médico Benedito Neto afirmou que as complicações que levaram à morte da mãe estão relacionadas à gravidez e podem ser classificadas como uma doença, embora seja um quadro impossível de detectar ou prever durante o pré natal. Ainda de acordo com o médico o índice de letalidade em casos como esse é de “praticamente 100%”.
“Estou na maternidade há mais de 20 anos e foi a primeira vez que ocorreu um caso assim. Em conversa com colegas mais antigos, tive a informação de que este foi o segundo caso registrado em Campo Grande”, afirmou.
Acusação e defesa
Benedito Neto disse ainda que qualquer atitude da família é compreensível. “Compreendemos a dor, a revolta e a não aceitação, e nos solidarizamos com a família, porque é realmente uma situação muito difícil, muito triste e muito dolorosa”, comentou.
Mais pragmático, o diretor presidente, Jesusmar Modesto, afirmou que lamenta a falta de comunicação com a família para que fosse possível esclarecer melhor o ocorrido. “É como se estivesse nos sendo negado o direito de defesa”, disse.
Comissão de ética
O diretor clínico, Benedito Neto, disse ainda que o caso foi levado à Comissão de Ética do hospital imediatamente após a morte de Roseleide, e que o laudo com o diagnóstico – atestando que não houve erro médico – facilita a conclusão dos trabalhos. O médico disse também que toda a equipe que atendeu Roseleide, apesar de abalada com o ocorrido, continua trabalhando. “Estamos absolutamente tranquilos e à disposição tanto da família quanto de quem queira mais informações a respeito do caso”, concluiu.
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