quarta-feira, 1 de junho de 2011

Seminário aborda o uso da biotecnologia na produção de mudas

O uso da biotecnologia na produção de mudas será tema de um seminário realizado nesta quinta-feira (2) em Campo Grande pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), por meio do seu Centro de Pesquisa e Capacitação (Cepaer).

A iniciativa para a realização do evento partiu de um projeto de pesquisa desenvolvido pela Agraer em parceria com a Embrapa que utiliza a biotecnologia na produção de mudas de banana de alta qualidade.

O pesquisador da Agraer e gestor do projeto, Antônio Côrrea de Oliveira Filho explica que a utilização da biotecnologia na produção de mudas gera ganho de produção para o agricultor, uma vez que resulta em mudas geneticamente idênticas, padronizadas e livres de pragas e doenças. “Com um material mais produtivo em mãos, o produtor deixa de importar materiais com pragas e doenças de outros Estados, resultando em ganhos para todo o segmento da fruticultura no Estado e também para o consumidor”, complementa Antônio.

Segundo Côrrea, o principal objetivo do seminário é divulgar a importância de biofábricas de plantas para o setor sucroalcooleiro e para a silvicultura e fruticultura do Estado.

O evento será ministrado pelo especialista do estado de Pernambuco, José Barbosa Cabral e deverá reunir cerca de 50 participantes entre representantes de sindicatos dos usineiros e do Comitê do Programa de Bioenergia; professores e alunos de cursos de agronomia e biologia, além de empresários dos setores de reflorestamento e produção de mudas.

O seminário acontece às 8 horas no auditório da Famasul, localizada na Rua Marcino dos Santos, 401.

Projeto: As chamadas mudas micropropagadas, resultantes do uso da biotecnologia são produzidas em laboratório a partir de uma gema de crescimento da planta, e multiplicadas por meio de um processo de clonagem que possibilita a eliminação de vírus e pragas.

Para a produção das mudas, os pesquisadores utilizam-se do método da cultura in-vitro, com um período de dez meses para crescimento da planta em laboratório sob condições de temperatura e luminosidade controladas, até que sejam transferidas para as estufas, para serem aclimatizadas antes de chegarem ao campo.

Segundo o pesquisador Antônio Côrrea, num prazo de dez a doze meses, após o estabelecimento da técnica in vitro, dos processos de micropropagação industrial e da aclimatização das plantas em estufas, o Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais do Centro de Capacitação e Pesquisa da Agraer (Cepaer), poderá, por meio do Projeto de Biotecnologia da Banana, atingir uma produção de 400.000 mudas anuais, nessa primeira fase de funcionamento. “Porém, com os trabalhos de inovação tecnológica, propostos para a sua modernização essa capacidade produtiva poderá passar a um milhão de mudas e/ ou plantas matrizes in vitro por ano”, acrescenta Côrrea.

De acordo com o pesquisador, as mudas produzidas serão utilizadas a princípio, para implantação de unidades demonstrativas em todo o Estado. Estas unidades poderão ser utilizadas por meio de parcerias com prefeituras, cooperativas, universidades e associações de agricultores.
Além da banana, o uso da biotecnologia pode ser aplicado na produção de mudas de abacaxi, batata-doce, mandioca, uva, cana-de-açúcar e eucalipto.

A expectativa é de que o projeto desenvolvido em Mato Grosso do Sul, que conta com recursos no valor de R$453.500,00, passe a trabalhar também com a cultura da uva, através do emprego de máquinas de enxertia na produção de mudas de uva de variedades melhoradas e com plantas matrizes livre de vírus.

Assessoria de Comunicação Agraer
Jornalista responsável: Carina Borges
Contato: (67) 3318-5166

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